sexta-feira, agosto 12, 2005

As desvantagens de chamar “Amor” na rua ou em espaços públicos

Ultimamente, tenho verificado um aumento de pessoas a chamar o seu respectivo/a conjuge (ou algo a que se assemelhe) de “Amor”.

E acho isso muito positivo e querido. Mas, como todas as coisas boas, existem algumas reticências na utilização deste termo carinhoso e afectuoso em pleno espaço público.

Por exemplo, estamos nós muito bem a fazer o passeio dos tristes aqui no South Side (para quem não faz a mais pálida ideia do que eu ‘tou a falar, é o passeio até à Rua dos Pescadores na Costa da Caparica, acompanhado pela famosa e indispensável passagem à porta do “Barbas”) e, de repente, surge um chamamento pelo “Amor” no ar. Viram-se umas 10 ou 20 pessoas e quem chamou pelo “Amor” fica com um ar constrangido e encavacado perante a malta.

Mas este cenário nem é o pior.

Imaginem que estão em pleno centro comercial com a vossa cara metade e exclamam:
“Olha amor, que casaco tão giro!”.

Mas o vosso amor tinha ficado umas duas ou três lojas atrás a ver o telemóvel de última geração que tira fotografias e tem ligação directa ao microondas de vossa casa.

Então, quando se viram, dão de caras com um puro “macho latino” lisboeta, com uma camada de protecção de brilhantina na cabeça, camisa às riscas aberta quase até ao “embigo”, com um crucifixo de oiro numa corrente de prata, sapatinho preto de “vernixe” com biqueira pontiaguda, calças de ganga justas a dar pela canela, meinha branca, com algumas “teclas do piano” partidas e um palito ao canto da boca, com um sorriso semelhante à expressão de alguém que se está a engasgar.

Ou então uma loira oxigenada com as raízes pretas pelas orelhas, idade compreedida entre os 40/50 anos, calças de ganga justas com estampas de flores e um top da moda a dar pelo umbigo quando as suas “margaridas” já lhes dão pelos joelhos.

Visões do Inferno, não acham??


Beijokas fofas para todos,
Irina

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