A última semana foi fértil em desgraças ecológicas e é nestas alturas que nos apercebemos que o dinheiro não vale nada, mas este pensamento só se mantém durante a semana que precede a desgraça em questão. Depois, os meios de comunicação esquecem o que aconteceu e o resto do mundo também.
Vamos, então, a um pequeno exercício mental e de reflexão:
Vai fazer 9 meses que aconteceu o Tsunami na Tailândia, Indonésia e países mais próximos. Morreram milhares de pessoas, milhares ficaram sem casa. Milhares de crianças ficaram orfãs e perderam o pouco que tinham. Milhares de pessoas ficaram doentes, doenças essas provenientes dos corpos em putrefacção, da falta de água, da falta de tudo. Muitos países ajudaram e ainda estão a ajudar. E ponto.
O Tsunami só deixou de ser notícia quando a miúda portuguesa que ficou
orfã chegou a Portugal. E depois de ela já cá estar, ignorando todo o sofrimento daquela família e daquela criança, ainda exploraram mais um pouco a sua dor.
Agora foi um furacão que dizimou Nova Orleães. Já esqueceram o Tsunami e toda aquela gente que ficou doente, que morreu, que perdeu tudo, que sofreu e ainda sofre as consequências dessa revolta da natureza.
Agora, os EUA, o maior país do mundo, os omnipotentes e omnipresentes não conseguem resolver esta questão ambiental e descem ao patamar dos outros meros países do mundo e pedem ajuda.
Muita gente comenta "coitados, o que lhes foi acontecer". "Coitados, morreu tanta gente, morreram tantas crianças, aquelas pobres pessoas perderam tudo.".
Agora, todo o mundo se junta para ajudar um dos países mais ricos do mundo, que quando alguém lhes pede ajuda ou perdão de alguma dívida, pura e simplesmente ignoram.
Não vos estou a dizer para não terem pena ou para não ajudarem se assim o acharem, apenas vos estou a dizer para não esquecerem as centenas de crianças que morrem de fome todos os dias, os milhares de pessoas que tudo perderam e que nada continuam a ter, para não esquecerem quem realmente precisa de ajuda.
É duro, mas é a nossa realidade.
Beijinhos a todos,
Irina